Introdução

Hiperactividade Síndrome de Défice de Atenção e Hiperactividade (SDAH), a perturbação neurocomportamental considerada a mais frequente na criança, é uma doença comportamental que, estima-se, afecta entre 5 e 10 por cento das crianças em idade escolar e entre os seus principais sintomas incluem-se a desatenção, a hiperactividade e a impulsividade, mas não só, são muito relativos os sintomas, sendo cada caso um caso, e os sintomas e até as suas próprias causas são diferentes em cada criança..
Bem vindos ao meu blogue * Uma Luz de Esperança *
Sou alguém que descobriu há sete anos atrás e pela maneira mais difícil, o significado da palavra Hiperactividade e como é difícil e doloroso por vezes ser mãe de uma criança hiperactiva.
Como é difícil compreender, educar e contribuir para melhorar a qualidade de vida destas crianças.
Há sete anos atrás, a palavra hiperactividade recordava-me apenas um artigo que havia lido uns três anos antes, num consultório médico. O interesse deu-se apenas por mera curiosidade que tenho sempre em ler, especialmente informação médica. Mas o meu interesse despertou mais quando li as primeiras frases deste artigo e dei-me conta dos sintomas que vinham referidos sobre esta perturbação. Sintomas e sinais esses mais do que evidentes eram decididamente sintomas que o meu filho demonstrava desde os dezoito meses de idade.Perplexa e um pouco preocupada com tudo o que tinha acabado de ler, manifestei essa preocupação nesse mesmo dia com a pediatra do meu filho, a sua reacção foi moderada dizendo que as minhas preocupações eram um pouco precipitadas, tranquilizou-me e tentou desviar-me a atenção sobre este assunto.
Na realidade nunca esqueci este artigo e nem o seu conteúdo, senti que era uma mensagem de alerta, mas na realidade tinha tantas outras preocupações mais e com alguma gravidade com a saude do meu filho que, não houve tempo para insistir sobre este assunto com os pediatras.
Os anos foram passando e a preocupação também, mas os pediatras sempre a dizer que eu tinha um excesso de preocupação. Até ao dia em que o meu filho já com cinco anos de idade começou a demonstrar alterações no comportamento dele, alterações essas que levaram-me a que eu ficasse desesperada.

Demonstrava crises de agressividade constantes e as consequências eram extremamente dolorosas para com com ele próprio, não demonstrando consciência e nem receio do perigo e sempre sujeito a magoar-se fisicamente e psicologicamente.
Assustada e um pouco na ignorância, sentia-me por vezes desesperada e questionava-me sobre as causas de tudo isto.
Levei o meu filho por iniciativa própria a consultas de vários especialistas, e até um deles dar-me um diagnóstico plausível eu nunca desisti. Mas depois de confirmado diagnóstico, senti um enorme alívio finalmente quando os testes psicologicos foram entreguese explicados pelo psicólogo que os concretizou.

Foi uma preciosa ajuda para o meu filho e para nós pais dele, sempre disposto a atender-nos sem privações ou horários para o atendimento, e prestável na facilidade de comunicação entre ele e nós.
Mas eu sentia que podia fazer muito mais por mim e comecei a procurar informação por iniciativa própria.
Foram anos de luta, sofrimento e muita força de vontade para obter a informação que eu desconhecia totalmente, mas como alguém determinada que sou, nunca cruzei os braços, lutei sempre, mesmo muitas vezes sem saber por onde começar, tinha a certeza absoluta de que não deveria sentir-me intimidada porque seria importante e fundamental encontrar informações e deveriam existir respostas para as minhas questões.

Foi um caminho longo e penoso, mas compensador também, pois de tanto insistir aos poucos fui encontrando algumas informações. Frequentava a biblioteca municipal para aprender a utilizar a internet e procurar todas as informações possíveis sobre o assunto. Nunca desisti, nem mesmo quando não encontrava rigorosamente nenhuma informação útil e nem quando estava exausta sem obter quaisquer resultado positivo na minha procura, muitas vezes sentia-me um pouco frustrada, mas precisamente nesses momentos era quando tinha de ser mais forte mesmo que não conseguisse, tinha de tentar uma e outra vez, até que um dia as minhas tentativas fossem bem sucedidas. Aos poucos a minha persistência foi sendo recompensada e fui conseguindo encontrar livros e outras informações sobre este assunto, comprei o meu primeiro livro nesse mesmo ano e foi muito bom ler cada página dele. Nos momentos mais difíceis procurava-o e sentia um alivio e um conforto inexplicável, ao mesmo tempo que sentia-me apoiada e orientada sobre como deveria proceder aos minutos seguintes das crises do meu filho.Um ano depois encontrei por mero acaso (numa livraria em Lisboa) um outro livro também sobre a hiperactividade, dei uma espreitadela pela introdução do livro e decidi comprá-lo e trazê-lo comigo, escusado será dizer que na minha longa viajem o li quase todo.
Ao longo destes anos tenho aconselhado estes livros a muitos pais que conheci em várias cidades (e não só) do país, mas sempre senti que era muito pouco para o que eu desejava fazer pelos pais de meninos como o meu filho.
Mais tarde quando tive a possibilidade de ter internet em minha casa, sentia que algo mais poderia fazer por mim e pelos outros também.Queria partilhar a minha experiência, a minha angustia e desespero (por vezes) mas acima de tudo a minha persistência em procurar conhecimento para tentar resolver algumas (pequenas e grandes) dificuldades que vivi e vivo todos os dias.

Este blogue é um sonho concretizado, o meu objectivo é que ele seja útil de alguma forma a mães, pais, jovens (e não só) a lutar e nunca desistir para obter uma melhor qualidade de vida para os seus filhos e para eles como pais serem mais felizes. Sei que não é fácil fazê-lo, mas com determinação, perseverança e apoio odos conseguiremos.

Desejo que aos poucos o blogue obtenha o objectivo pretendido. Tentarei melhorá-lo e todos juntos tentaremos ajudarmo-nos mutuamente.
Porque *cruel* é uma realidade da nossa luta contra antes de mais pela violência e discriminação que os nossos filhos são vítimas (por vezes, e nós também) pela carência de informação e apoios técnicos e humanos, muitas vezes nas escolas, mas especialmente pela sociedade em geral, mas especialmente pela incompreensão dessa mesma sociedade que nos condena de algo que desconhecem, mas que por esse motivo mesmo deveriam demonstrar interesse em querer conhecer para não cair em erro e punir injustamente as crianças e as familias que sofrem duplamente.

Agradeço a todos a vossa visita a este meu (nosso)cantinho de conforto e partilha, e desejo que de alguma forma este blogue possa contribuir para que o nosso dia de amanhã seja um pouco melhor que o de hoje.

Os meus sinceros agradecimentos

Anne